sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Envelhecer: o outro lado da moeda (Financing Demographic Shifts 2008)

O documento divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, Financing Demographic Shifts 2008, mostra como as políticas sociais mundiais estão atrasadas em relação à expectativa de vida de seus povos. O documento se baseia no crescimento demográfico dos países e em previsões de crescimento econômico.

O mundo deverá envelhecer, de acordo com estudos já divulgados pela ONU, e a falta de políticas sociais que acompanhem essa tendência pode causar um impacto tremendo nas economias mundiais.

Os países ricos, por exemplo, segundo o documento do FEM, deverão ter 32% de sua população com mais de 60 anos já em 2050. Atualmente essa fatia é de 21%. Em países como o nosso, essa faixa etária, que hoje é de 8%, deverá subir para 20%. Isso deve causar uma mudança profunda não apenas no mercado de trabalho, como já temos comentado no nosso blog, mas principalmente na previdência social, nos sistemas de saúde e nas companhias de seguro. O relatório mostra três cenários possíveis para esse futuro não muito distante.

O primeiro – “Os vencedores e o resto” – indica um crescimento econômico forte para países como o Brasil, as chamadas nações emergentes. Isso significa, ainda segundo o documento, que as desigualdades dos sérvios públicos deverão aumentar diferenciando os “vencedores” dos demais que continuarão saindo prejudicados.

O segundo cenário – “Nós estamos juntos nessa” – imagina um crescimento global de 3% ao ano até 2030, época em que as mudanças climáticas serão mais claras e as economias mais interdependentes. Nessa hipótese, os sistemas de saúde e previdência terão sido reformados. As políticas públicas deverão interagir com a iniciativa privada, o que garantirá melhor qualidade.

O último cenário – “Você está por conta própria” – prevê reformas rápidas e estruturais, geralmente dolorosas. Essa hipótese considera a possibilidade de uma recessão prolongada no mundo e inflação elevada. Nesse quadro dramático (mas não impossível), as políticas de proteção social passam a ser de responsabilidade do indivíduo, e não do Estado.

Um país mereceu sinais de alerta do documento do FEM: a Itália, onde as taxas de crescimento econômico e populacional são baixas. Na Itália, se forem mantidos os atuais índices de crescimento populacional (1,4 filho por casal) e de crescimento econômico (1% ao ano), os sistemas de saúde e de previdência devem caminhar para o colapso.

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