domingo, 16 de outubro de 2011

Quenga de Plástico - Juliana Frank (vídeo: Rua Augusta - Sampa)

Frank acaba de lançar um livro. Seu primeiro romance. Isso seria uma grande novidade se todos nós, seus amigos e admiradores, não tivéssemos a absoluta certeza de que ela já teria lançado dezenas de livros. É que Jou é um poço de histórias e é difícil que a memória aquiesça que elas nunca tenham sido publicadas antes. Mas aí está, a história fez justiça, e Quenga de Plástico saiu do forno pela Editora 7 Letras, breve entrevista com a autora.

L.P: A protagonista de Quenga de Plástico, Leysla Kedman, já existia antes do livro no blog Trocando de Biquini Sem Parar. O livro tem o mesmo conteúdo do blog?
R: O livro tem segredos impublicáveis. Muito mais conteúdo que o Blog.
L.P: Acredita que a internet seja importante para formação de novos escritores?
R: Para a formação do escritor o importante é a leitura, a imersão e o entusiasmo. A Internet entra para divulgarmos o nosso trabalho, para conhecermos outros escritores e claro, o google dá aquelas informações que suprem lacunas. Pertencemos a geração google do saber e quem faz discursos contra acaba sempre tirando uma fatia. É irresistível.
L.P: Leysla Kedman é uma representante da categoria “puta que pensa”, muito querida da literatura, como A Teresa Filófofa ou a Madame Clessi e agora a autobiográfica Bruna Surfistinha. Por que essa figura fascina tanto?
R: A Leysla é mais uma filosoquenga, ela trata de pornosofias. As pessoas ficam fascinadas quando um escritor escreve coisas que ninguém pensa em ler. Mesmo acostumados com narrativas sexuais, as pessoas ainda querem saber como você pensa sacanagem. Uma visão distorcida do sexo e da vida é sempre envolvente.
L.P: Toda puta tem um pouco de escritora, narradora, contadora de histórias?
R: Todas as vidas vividas merecem um romance. A puta é uma colecionadora de vida, ao contrário dos filosófos puros, que são a platéia do mundo. As putas estão sempre em ação.

L.P: A literatura com conteúdo erótico saiu da obscuridade em poucos momentos da história: Anais Nin, Cassandra Rios, Hilda Hilst e mais recentemente Reinaldo Moraes conseguiram ultrapassar essa barreira. Acredita numa bela retomada da sacanagem literária?
R: O sexo é importantissimo pra história da literatura. Nas tragédias gregas, nos mitos antigos, todos se comiam. Essa coisa rasteira, prosaica do sexo, quando se mistura com o lirismo, com o humor ou no estilo direto da literatura contemporânea acaba mostrando que só criamos outras maneiras de narrar a mesma história.

L.P: O recém falecido escritor Argentino Ernesto Sábado dizia que “Cuando el acto carnal termina para el hombre, para la hembra comienza. En cierto modo, la mujer es toda sexo.” Acredita que é por isso que a partir do século 19 a literatura erótica tem sido feita na sua maioria por escritoras?
R: Essa frase é uma visão bem romântica da mulher. A mulher sempre foi a mantedora do pecado. A literatura sempre teve um compromisso com a mulher do mal. a Bíblia é uma sacanagem desenfreada. Hoje, as mulheres não são mais o objeto da literatura, sempre retratadas pelos homens, tomamos a primeira pessoa. Escrevemos nossas estórias com nossas próprias mãos. Acabou essa cultura de sermos retratadas pelo olhar do outro. Saímos do banco dos réus.

L.P: Vai continuar abordando o sexo nos seus próximos projetos?
R: Tenho dois romances saindo. Não tratarei mais de sexo, o assunto foi limado até o sabugo. Gastei tudo. Tenho fixação pelos temas contemporâneos, pela fragilidade dos laços humanos. Apesar de não tratar mais de sacanagem, ainda continuo me debruçando sobre como o mundo do capital nos afasta de nós mesmos e nos transforma no que não sabemos se queremos ser. A Leysla Kedman tem um otimismo doentio, minha personagem de agora é anacrônica, niilista. São olhares distintos para um mundo igual, que nos trai de qualquer maneira. No outro romance que comecei quase sem querer, o personagem é um escritor acabado. Os meus personagens têm esse problema, eles precisam de espaço. Dessa forma vou encontrando o meu espaço que é minha arte – quando a tenho.


Rua Augusta, Sampa... uma noite de 2010.

Jornal da Globo, 28jan2011. A Augusta é uma das ruas mais emblemáticas em São Paulo. Ela tem bares, restaurantes, cinemas e outras atrações para todo o tipo de gente, que frequenta o local.

Documentário produzido por Betão. VF um rolezinho na madruga bebaço se vc se perde cai no lado Junkie da cidade. Voltando da Madalena fui parar na Augusta e de lá começou a filmagem seguindo até o Centro e por final passo na Cracolândia... Sinistro cumpadi... só zumbi... tudo isso porque errei o caminho...

Quem leva o Mundial de futebol 2014!

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