terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A voz do silêncio...

Encontrei um poema com apenas dois versos que diz assim:

"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala"

Simples. Rápido. E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades...

Um telefone mudo... Um e-mail que não chega... Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca...

Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão... Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim...

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:

"diz alguma coisa! diz que não me ama mais! Mas não fica aí parado, me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro. É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para uma pessoa que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo!

Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente!

Para os seguranças dos shows do Sepultura, o silêncio é uma megasena!

Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz... O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto!

É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem...

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